Pra variar, as coisas mais gostosas surgem quando se tem pouca coisa em casa e, nisso, parece que uma força mágica age e faz com que o que se mistura sai gostoso.
Como é sabido, sou grande apreciador da bebida nacional alemã: a cerveja! Inclusive tive a oportunidade de conhecer o país este ano e provar de diversos tipos desse líquido precioso, feito com cereais malteados, produzidos naquele país (e em outros também!)
Dia desses, deveria ser algum dia de fim de semana ou algum feriado chuvoso e entediante nesta Capital Federal, era hora do almoço e deu aquela fome. Recorri a um supermercado próximo e a primeira coisa que chamou minha atenção foi um freezer cheio de Bohemias. Muitas. Lindas. Loiras. Geladas.
Aquilo fez brilhar meus olhos e nada como degustar uma boa cerveja gelada - e barata - com um acompanhamento que combine. Bohemia é como os alemães chamam a região onde se situa Praga em por extensão, a República Tcheca. Em Tcheco, dize, Čechy, em alemão, Böhmen.
Escolhi umas batatas, afinal, tudo lá comem com batata. E uma linguiça fininha, destas defumadas que ja vem no pacotinho. Não podia faltar o bom e velho chucrute, que compro já em potes.
Chucrute é como os brasileiros - por meio dos descendentes de alemães que aqui se instalaram - chamam o sauerkraut, do alemão, repolho azedo. Apesar de parecer estranho se comer um repolho azedo, acompanha muito bem carnes fortes como a de porco. Ele é preparado amassando-se repolho cortado bem fino com um pouco de sal. A partir deste ponto, ele é deixado 'azedando' por uns dias. Mas como adiantei, comprei o pote, conforme aprendi frequentando o Vale do Itajaí, em Santa Cataralha.
Blablablá a parte, cheguei em casa e fui preparar meu almoço alemoado. Coloquei as cervejas no freezer, pra ficarem mais lindas do que já eram.
Lavei uma batata de bom tamanho, fiz alguns furinhos nela com o garfo, enrolei em filme plástico. Em paralelo, peguei 2 linguiças fininhas, fiz alguns cortes na transversal e coloquei numa caneca de louça e cobri também com filme plástico. Botei isso no microondas por uns 3:30 ou 4 minutos. Foi o suficiente pra batata cozinhar e pra linguiça soltar bastante água e gordura. Retirei a batata e reservei. Escorri a água da linguiça, retirei o filme plástico e deixei mais minuto-e-meio no microondas até ela ficar crocante na sua própria gordura.
A batata foi partida no meio, com casca e tudo, e, depois, retalhada em mais partes. Salpiquei um pouco de sal, peguei uma colherada de manteiga e espalhei sobre ela. Imaginem o cheiro! Coloquei um pouco de alho desidratado e salsinha por cima disso. Ao lado deitei a linguiça esturricada e uma boa porção de chucrute.
Numa taça grande - herança do mundo dos mortos - servi uma lata bem gelada da minha cerveja. Dia entediante facilmente convertido em dia feliz!
Sílvio.
Oui ! Parece ótimo. Rapazote inspirado. Vou ver se compro um potinho de "chucrutis" pronto pra experimentar! bjos.
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