lndo me aventurando muito no mundo dos risottos e preparando, sempre que dá, algum diferente. Este fim de semana foi em Uberlândia.
Larissa e eu saímos de Brasília no sábado bem cedo e nos dirigimos à capital do Triângulo Mineiro pela mal cuidada BR-050. Paramos no 'Sonho Verde', uma ponto de parada bem agradável onde, além de lanches e refeições, vendem-se conservas, embutidos, biscoitos e doces artesanais. Pensei em comprar ali uma peça de lombo defumado pensando num risotto, mas, infelizmente, o delicioso lombo vendido ali tinha acabado...
Chegando a Uberlândia, almoçamos no delicioso Barollo - uma delícia, a preços justos e usando Ipads como cardápio, coisa que não existe nesta Capital Federal, descansamos, nos banhamos e, pelo meio da noite, juntamos o pessoal, fomos às compras no D'Ville - um luxo de supermercado em pleno Sertão da Farinha Podre e, sob orientação da Flavinha, que sugeriu a receita, compramos os ingredientes, além de umas cervejas para dar aquela animada!
A receita escolhida foi um Risotto de bacon com alho poró!
Eu não conhecia bem o alho poró, fui apresentado a ele naquela noite. Uma delícia! Escolhemos um deles, uma peça bonita e pouco gordurosa de bacon, arroz arbóreo, um vinho branco, uma boa peça de queijo parmesão; para a saladinha pegamos alface, repolho roxo, cenouras e tomates-cereja.
Olha aí a danada da peça!
O bacon foi picado bem miudinho e já foi indo para a panela com um fiozinho de óleo, apenas para começar a desprender a gordura. Os pedaços mais gordurosos do bacon sequer foram para a panela. Reservamos eles para serem parte do caldo que viria a cozinhar o risotto.
E fomos fritando o bacon até que ele ficasse bem torradinho. Esta foto é da Menine Karine, que foi mexendo a panela. Ela quase não gosta de bacon.
Enquanto o bacon fritava, preparamos o caldo, que é parte fundamental de qualquer risotto. Como os caldos industrializados não são tão gostosos quanto os feitos na hora. Porém, não dispunhamos de tempo para cozinhar um animal com ervas e fazer um caldo lindo. Como destaquei, usamos os pedaços mais gordurosos do bacon - a parte que não seria frita - e colocamos na panela juntamente com as partes não utilizadas do alho-poró, um pedaço de cebola, pimenta calabreza, tomilho, cenoura, uma pitadinha bem pequena de açafrão, alho picado, shoyu para dar uma corzinha, bastante água - calculo que algo em torno de 2 litros - e, por fim, acertar o sabor com um pouco de sal. Esta gororoba foi levada ao fogo até ferver. Fervida, baixou-se o fogo para conservá-la quente, mas sem evaporar todo o líquido.
Depois de frito o bacon, reservamos ele a parte e utilizamos a panela suja e parte da gordura desprendida para refogar uma cebola grande picadinha, um tanto bom de alho até dourar um pouco. Feito isto, adicionamos uma das estrelas do prato da noite: o alho poró, aqui, picado em pequenas rodelas.
Olha o a cara do refogado aí.
Quando o refogado estava o ponto, adocionamos o arroz arbóreo cru, algo em torno de 250 gramas e refogamos. Nesta etapa, colocamos algo em torno de 2 copos de vinho branco, o que dá bastante sabor e alegria ao prato! Deus do céu! o Cheiro incendeia a cozinha!
Assim que o vinho deu uma secada, mexendo o arroz incessantemente, fomos adicionando o caldo. Atenção nesta parte porque deve-se colocar apenas o caldo, sem os pedaços das ervas, bacon e legumes que utilizamos para saborizar.
À medida que o caldo ia sendo absorvido pelo arroz, íamos colocando mais caldo e, assim, até que o arroz estivesse no ponto correto: firme, sem estar duro envolvido por um pouco do creme formado pelo seu amido e pelo caldo, como na foto ao lado.
Após isto, adicionamos o bacon, a vedete do prato, e uma quantidade generosa de queijo parmesão ralado grosso. Não é difícil imaginar que ficou muito bom.
Para acompanhar, preparamos uma salada crocante com alface crespa picada miudinha - na hora que fomos ao supermercado já não havia muitas opções de folhas verdes bonitas -, cenoura ralada, repolho roxo cortado fino, tomatinhos cereja cortados ao meio, misturados a um tanto bom de batata palha e queijo parmesão ralado. Ela foi acompanhada por um molho picante de amoras, feito com geléia de amora, tabasco, vinho branco e sal.....
E, voilá! Eis o prato do dia.. digo... da noite! Feito a várias mãos: algumas picando, outras mexendo, outras lavando louça, outras comendo bacon, outras mudando de canal a TV!
Obviamente, não dá pra não agradecer a Thaís que nos hospedou, à Karine que cedeu sua cozinha, ao João Paulo que aguentou nossas loucuras, à Flavinha, maior guia desta receita, à Miki e seu humor inabalável, mesmo quando o mundo cai ao seu redor, à Larissa por sua confortável companhia.
Sílvio Barbosa
nhami!
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