domingo, 20 de fevereiro de 2011

Hambúrguer caseiro.

Todos os tipos de conhecimento são importantes. Saber cozinhar sua própria comida te salva muitas vezes nessa vida.

Em Goiânia, há alguns anos atrás foi aberta uma lanchonete chamada Dinner 66. 

Esta lanchonete fez o melhor hambúrguer que eu já comi em minha vida. Era monstro, caseiro, sanduíches gourmet. E, eu pude comer por duas vezes. 

A primeira, quando conheci. E a segunda, quando planejei por toda a semana comer novamente. Foi um dia de mudança de apartamento, fiz faxina, carreguei caixas o dia todo, peguei no pesado pra valer, mas sabia que ao final do dia eu ganharia como recompensa um super hambúrguer.

Infelizmente o Dinner 66 se foi e nunca mais tivemos notícias. 
Após várias tentativas de encontrar algo parecido por aí, resolvi eu mesma fazer um hambúrguer delicioso.

Lembrei-me de um documentário (Let The Good Times Roll) em que Bo Diddley aparece cozinhando em seu camarim. Ele contou uma história de quando estava com fome e foi a um restaurante e pediu um sanduíche de queijo. Mas, o restaurante se recusou a atendê-lo porque ele era negro. Como resposta ele prometeu pra si mesmo que iria aprender a cozinhar pra nunca mais ter que passar por uma humilhação daquelas. 

Esta história de Bo Didley é incrível porque mostra que todo conhecimento é importante, emancipa e deve ser buscado. Os monstros que estão por aí é que perdem com atitudes estúpidas como a vivida por um gênio da música. Idiota do restaurante que perdeu a oportunidade de conviver 10 minutos com uma das pessoas mais brilhantes da história da humanidade.

Penso que esse exemplo serve também para reforçar a importância da culinária, da gastronomia em nossas vidas e, o quanto é importante conhecer um pouco. Não somos aqui grandes conhecedores, mas estamos aprendendo e vivemos melhor com o conhecimento raso que temos. 

Vivo diariamente exemplo disso. Quem sabe cozinhar e come em self service por aí, sabe escolher melhor seu prato. Sabe notar a cara do alimento, se está meio murcho, com a “cara boa ou não”, se o alimento está ressecado e etc. Digo isso, pois convivo com gente que não costuma cozinhar e, sempre se dá mal na hora de montar seu almoço. Depois vive uma tarde “estranha” no trabalho porque comeu algo errado. ehehehhe

Enfim, pra mim o conhecimento culinário deveria estar nas escolas. Todos nós deveríamos aprender a cozinhar na escola, plantar algumas hortaliças, legumes e frutas. Mas, nosso modelo de escola ainda é, em geral, muito ruim e não valoriza conhecimentos diversos. 

Mas, voltando ao causo do hambúrguer, com uma razão muito menos nobre eu também me virei para fazer algo que gostaria de "experienciar".

Tenho boa memória pra certas coisas e me lembro um pouco do cardápio do Dinner, assim fui ao supermercado e pedi 400g de Patinho moído juntamente com 100g de Calabreza. Há várias combinações possíveis. (os mais chiques que contêm picanha, também podemos pedir pra moer um pouco de bacon, enfim defumados que ajudam a dar um sabor diferente) 

Em casa misturei cebolinha, cebola, alho, as carnes moídas juntamente, sal, dois ovos e um pouco de farinha de rosca pra dar o ponto. Mas, me deu uma coceira pra ir mais fundo e tentar acertar um gostinho diferente que já experimentei em carnes moídas de esfihas. Aí me lembrei do ingrediente: CANELA! Meu tio há algum tempo atrás me disse que “vai” canela no preparo de uma esfiha caprichada. 

Juntei tudo, fiz bolas grandes, achatei. Comprei um pão bacana, cortei dois tipos de queijo diferente, um fresco e muçarela, ajeitei a salada e finalizei o bichão.


Nu ! Ficou bom ! E viva a independência !

Cintia Godoi

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Nhoque de mandioquinha com molho jamaicano de espinafre

Com uma coleção de visitantes geógrafos em casa resolvemos fazer esta tradicional receita do país de Bob Marley.

De véspera havia cozinhado uma batata grande e duas mandioquinhas médias. Mandioquinha que também pode ser batata baroa, batata salsa, batata aipo. Um festival de regionalismos! Em cada canto, um nome diferente.

Bem... foram cozidos os dois tubérculos diferentes e adicionei manteiga, sal e um pouco de leite.

Pra isso virar um nhoque, coloquei um ovo, um tanto bom de queijo parmesão ralado, salsinha, pimenta do reino pra que ficasse bem saborosa. Acertei o sal e fiz rolinhos quem cortados e enfarinhados, viraram as unidades de nhoque.

Com ajuda da Júnia, cozinhei a massa em água fervente e salgada, até que estivesse cozida - isto se verifica quando a massa bóia. Cozida, colocamos a massa em água fria, para que interrompesse o processo de cozimento.

Em paralelo foi fazendo o molho. Bati no liquidificador meio maço de espinafre, umas 2 colheres de sopa de farinha de trigo, sal a gosto.

Na panela, refoguei uma colher bem cheia de manteiga com outra bem cheia de alho picado. Nela, adicionei o liquidificado e deixei engrossar.

Nesta etapa, fui adicionar salsinha desidratada.... Mas por um acidente, coloquei um pouco bicarbonato de sódio.... o líquido na panela 'supitou' (alguém que não é do Triâgulo Mineiro sabe de que se trata?. Abortei o processo... Mudei de panela, coloquei mais farinha de trigo pra ajudar no engrossamento do molho. Adicionei outras ervas: tomilho, dill, mais salsinha... Engrossado e o molho cozido,coloquei o nhoque pra pegar um pouco do sabor do molho. Desliguei o fogo e coloquei uma caixinha de creme de leite.

Suspense... levado à mesa, será que presta? Será que dá pra comer?

E não é que ficou bom?

Sílvio Barbosa