domingo, 20 de novembro de 2011

Atum Saúde.


A vida é assim, tudo está relacionado. Passei um tempo sem escrever porque meu “escritório” não estava muito legal, e isso me desanimava ... Mas, outro dia li no facebook que um amigo iria pedalar no Sul da Ilha, em Floripa, e almoçar no Nutri. 

O Nutri é um restaurante gostoso e bacana que fica na praia da Armação, onde morei por um tempinho, há alguns anos. Ler aquilo me deu vontade de comer um sanduíche de atum que eles servem, com um molho especial que nunca descobri a fórmula.

Enfim, durante a semana, quando fui ao super, comprei atum e acompanhamentos para fazer quando batesse a vontade. No sábado após jogar umas duas horas de basquete, a vontade de fazer o sanduíche bateu!

Duas latas de atum sólido, uma cebola e meia, uma maçã, uma cenoura e cebolinha, tudo picado em pequenos pedaços. Azeite, orégano e sal para temperar. Quando misturei tudo e temperei, já ficou pronta, por isso a mistura foi para a geladeira. Coloquei umas fatias de pão integral com queijo trança – delícia goiana do Jerivá – no forno pra derreter um pouco o queijo e deixar o pão um pouco crocante. 

Enquanto os pães eram aquecidos fui fazer a bebida. Como sou filha próxima do Homem, tomei uma cervejinha enquanto preparava o ranguito ... Como tento tomar menos refrigerante e cerveja, e estava muito calor, inventei de fazer um chá gelado. Poderia ter feito um suco, mas o chá gelado rende bastante. 

Cortei um abacaxi e duas maçãs, bati no liquidificador com a menor quantidade de água possível e coloquei no fogo com um pouco de canela e mel. Fica um caldo meio grossinho que deixo ferver e mexo de vez em quando. Bem bruxa ! Quando ferve, desligo o fogo. Deixo descansar para esfriar um pouco. Posteriormente, é só coar e guardar em uma jarra, assim temos base para chás gelados para uns 2 dias. Coloque um pouco menos da metade do copo dessa base de abacaxi e maçã, bastante gelo, um pouco de água e água com gás ou soda. É muito refrescante! Da próxima vez vou colocar um pouco de hortelã pra testar.

É isso, ficou pronto nosso lanchinho, depois de duas horas de basquete não houve muita fineza para jantar, mas o importante é que tudo ficou tão gostoso que tive vontade de escrever novamente!

Notas: nomes de restaurantes foram citados não pra fazer propaganda, mas porque mereciam a assinatura dos produtos. A maçã sempre aparece nas minhas receitas, não que seja uma fruta muito gostosa, mas porque em 1920, li num livro que a maçã ajudaria a evitar alguns problemas de saúde que eu costumava vivenciar. Desde que inseri a danada em minha dieta, nunca mais tive minhas sofridas dores de garganta e outros pepinos que me afligiam.

Cintia Godoi

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Torta do Luciano

Essa receita é do nosso colega Luciano. Como ele não contou nenhuma história na receita, conto eu (Sílvio):


Mineiro de Alfenas, mas criado e com o coração e a alma em Janaúba.... Altaneira e progressista no Norte Mineiro!

Porém foi em Uberlândia que fixou suas raízes e encontrou sua esposa, também geógrafa, a araxaense Rejane; e lá que nasceu sua filhinha, Yasmin. Naturalmente, como bom geógrafo, não fixou suas raízes sem antes saracotear por outros cantos, como São Carlos e Brasília.

Segue a contribuição dele:

Receita de Torta Doce.


Massa

(Xícara medida 200ml)

2 Xicaras de farinha de trigo

½ Xicara de açúcar de confeiteiro

1 colher (sobremesa) de açúcar de baunilha

1 colher (café) rasa de sal

3 Colheres de manteiga

1 ovo grande


Em uma vasilha grande, coloque a farinha, açúcar, sal e manteiga e mexa até esfarelar. Coloque todos os ingredientes e misture até criar uma massa homogênea. Após a mistura deixe a massa descansando congelador até vc terminar o recheio.

Recheio

2 xicaras de leite

1 xicara de açúcar

½ xicara de amido de milho

2 ovos (caso goste do creme mais amarelinho, acrescente mais uma gema de ovo)

1 colher (café) essência de baunilha


Em uma panela coloque o leite, açúcar, os ovos e a baunilha... mexa ate aquecer e, após o aquecimento, adicione o amido de milho e continue mexendo sempre ate fazer um creme denso. Deixe esfriando e vamos ]à massa.

Pegue a massa que ficou na geladeira e forre em uma forma (redonda ou quadrada). A massa deve ficar no fundo da forma e nas laterais... Fure ela com um garfo e por toda a sua extensão. Leve ao forno por aproximandamente 30 minutos.. Verifique sempre, e fure a massa caso apareçam bolhas. Retire do forno quando estiver dourado.

Após retirar do forno, espalhe o receio pela massa. Lembre-se de deixar espaço para colocar as frutas. Eu usei morango. Abacaxi, uva e Kiwi são boas pedidas. Após colocar as frutas cubra com gelatina da cor da fruta. Deixe esfriar um pouco e sirva gelado.





Luciano Santos

domingo, 31 de julho de 2011

Um macarrão com molho adocicado.


A simplicidade e doçura são os segredos desta receita. Nada de grandes emoções no orçamento, nem na “feitura”. 

Para receber amigos em casa, fiz um macarrão singelo e gostoso. Um dos amigos é vegetariano, o que às vezes dá um certo trabalho a mais. Especialmente em casa de mineiro, onde sempre há algo de porco na comida. No bom sentido – oras, uma calabresa, um bacon, um pedacinho de lombinho ... enfim ...

Comecei o molho com cebola, alho, tomates e pêra. Ou yep ! Pêras ! Ao invés de açúcar para adoçar o molho de tomates, ou de mel, que também costumo usar, hoje em dia uso muito pêras ou maçãs. É uma receita simples, mas o resultado é delicioso. De lamber os beiços, e raspar o fundo da panela de molho com o último macarrão cozido. 


Isso. Sempre deixo separado o macarrão cozido, colocou um pouco de azeite nele e orégano para colorir e temperar. E deixo o molho separado de lado. Para fechar o prato, nada mais perfeito do que queijo minas ralado. Essa receita de macarrão com molho vermelho, de tomates de verdade, e queijo minas de verdade ralado, eu aprendi com minha sogra. Ela sempre deixava prontinho esse molho, tudo separadíssimo. E era lindo chegar em casa, tarde da noite, e mandar ver nessa pasta com um bom vinho filado da querida família Falcão ! 

Receita simples nesse mundo global – queijo minas trazido pra Goiás, macarrão produzido nestas terras mesmo – há os de Baru que vêm de Pirenópolis, ainda vou experimentar -tomates famosos das terras do sudoeste goiano, pêras do sul, da argentina, ou maçãs de santa Catarina e vinho de onde preferirem para acompanhar.

Assim, ficou pronto, e meus amigos que chegaram às 11 horas da noite de viagem, com fome e vontade de comer algo quentinho, adoraram a receita! Disseram que sim, ao menos. E essa garrafa foi sacanagem sair na foto, não se preocupem.

Cintia Godoi

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Jantar com uma Rapariga

Semana de boas notícias: a CAPES me contemplou com apoio financeiro para minha pesquisa de doutorado e meu Diretor Geral votou a favor de meu afastamento. Faltam poucos passos para que eu possa passar cinco meses na Occidental Praia Lusitana para finalizar minhas pesquisas.

Para comemorar o avanço, resolvi abrir uma Rapariga da Quinta, da região do Alentejo (Além do Rio Tejo, ao sul dele, para ser mais exato).

Mas chega a dar dó abrir um vinho e tomar ele sozinho... resolvi cozinhar algo. Tendo em vista que a Dona Cintia Cliff Godoi não passa por aqui tem tempos e deixou nosso blog às moscas, achei que poderia postar as boas comidas.

Refoguei meia cebola picadinha e uns bons dentes de alho (acabou meu alho picado e estou usando os dentes in natura. Incrível como o sabor é melhor!) em azeite de oliva. Adicionei meio quilo de filet mignon picadinho e deixei em fogo médio. Adicionei salsinha e cebolinha desidratadas, pimenta calabresa, pimenta-do-reino branca e preta e sementes de mostarda, e deixei refogar, até a carne estar cozida e o líquido seco. Deixei mais um pouco para dar aquela 'queimadinha' no fundo da panela. Neste momento, coloquei sal, um pouquinho de shoyu e um tanto bom da Rapariga. Deixei o álcool evaporar e desliguei o fogo. Ficou pronto meu picadinho picante.

Em paralelo, hidratei um punhado de funghi secchi em água morna por uns 20 ou 30 minutos. Funghi secchi, do italiano, fungo seco, algum cogumelo local desidratado. refoguei meia cebola e dois dentes de alho em manteiga - hummm, adoro manteiga - até dourar. Coloquei o funghi já picado e hidratado para refogar por uns dois minutos e, a seguir, o arroz arbóreo. O arroz refogado, uma taça de vinho adicionada, coloca-se um caldo quente, da preferência de quem faz até que o arroz esteja cozido. 

Hoje usei a própria água que hidratei o funghi, adicionada de salsinha, cebolinha, shoyu e sal. Poderia ser um caldo de carne, de legumes, de galinha ou outro....

Uma saladinha de alface, rúcula e tomatinho-cereja completou a trinca.



A rapariga encontrou uma bela companhia.

Sílvio

terça-feira, 31 de maio de 2011

Alho na conserva

Alho é uma delícia, mas é um saco descascar, picar, amassar. Deixa cheiro na mão... TRISTE!

Aprendi, em Uberlândia, a fazer uma conserva. Pode-se usar em qualquer prato, como se fosse o alho in natura, com uma diferença: é menos picante, pode ser comido até cru, mas sem deixar de dar sabor à comida que é preparada com ele.

Pode-se colocar em molhos, saladas, sopas, direto do pote de conserva.

Ao preparo: descasca-se o alho (ou compre descascado, como eu fiz), lava-se e joga-se em água fervente por um ou dois minutos. Retira-se da água fervente e joga-se em água gelada. Após retirar da água gelada, seca-se em pano limpo ou papel toalha seco e dispõe-se em um vidro limpo.

Em paralelo, fervem-se partes iguais de água e vinagre, com uma colher de café sobremesa de sal para cada meio litro de líquido. Fervido, despeja-se o líquido sobre o alho. Dura um bom tempo!



Sílvio Barbosa

Creme de milho com linguiça defumada

Esse nem vai ter muita história.

Meio do ano significa noite fria, ao menos no centro-sul do Brasil. Aqui em Brasília coincide com a época menos úmida, então, à  medida que a noite cai, a temperatura cai junto. Neste tempo, nada melhor que algo quentinho para comer depois do trabalho.

A comida do centro-sul - particularmente Minas, São Paulo, Paraná, Goiás, Matos Grossos - é rica em pratos com milho. Pamonhas, mingaus, bolos, cuscuzes, sopas, broas, pães, bolinhos.... ai que fome!

Quebra do Milho
Pena Branca e Xavantinho


Mês de agosto                                                          
é tempo de queimada
Vou lá prá roça
preparar o aceiro
Faísca pula
quem nem burro brabo
E faz estrada lá na capoeira
A terra é a mãe,
isso não é segredo
O que se planta
esse chão nos dá
Uma promessa
a São Miguel Arcanjo
Prá mandar chuva
pro milho brotar...
Passou setembro,
outubro já chegou
Já vejo o milho
brotando no chão
Tapando a terra
feito manto verde
Prá esperança do meu coração
Mês de dezembro,
vem as boas novas
A roça toda já se embonecou
Uma oração
agradecendo a Deus
E comer o fruto
que já madurou...
Mês de janeiro,
comer milho assado
Mingau e angu
no mês de fevereiro
Na palha verde
enrolar pamonha
E comer cuscuz
durante o ano inteiro
Quando é chegado
o tempo da colheita
Quebra de milho,
grande mutirão
A vida veste sua roupa nova
Prá ir no baile lá no casarão...


Então, num dia frio desses, de posse das lembranças do centro-sul mais roots - Brasília tem tudo isso, mas não é a mesma coisa, resolvi fazer um creme de milho.

Como não tenho espigas de milho frescas do quintal, bati uma lata de milho, sem o caldo, no liquidificador com um pouco de água, mais ou menos 3/4 da lata. Refoguei um pouco de alho no azeite e despejei o milho batido. Temperei com salsinha, sal, pimenta, e deiei apurar. O creme está pronto. Quem quiser, pode colocar um pouquinho de creme de leite.



Em paralelo, grelhei pedaços de linguiça de fumada (que trouxe de Goiás) e coloquei no fundo de uma caneca. Cobri com o creme pronto e, salpiquei com uma mistura de queijo parmesão ralado e ervas secas. Comi e fui dormir feliz.




Sílvio Barbosa

Pomodori alla griglia

Do bom e velho italiano significa: tomate na grelha.

O tomate, procedente da américa, atravessou o atlântico com as grandes navegações e fez, na Itália, uma revolução. Pratos mil preparado com esse fruto vermelho e adocicado: molhos, saladas, conservas.

O de hoje é simples, não sei como classificar. Mas fica bem gostoso:

Partem-se tomates italianos - mais adocicados e saborosos (e caros!) em 2 metades. Partidos, retiram-se as sementes. É preciso os temperar com um pouco de sal e deixá-los repousando por alguns minutos, com a parte aberta para baixo, deixando escorrer os líquidos que se formam.

Enquanto os pomodori repousam, pica-se alho - sim, aqui tem que picar e não vale usar alho já picado, pois não ficaria bom! Mas pode-se usar alguma conserva CASEIRA de alho (foi o que eu usei, na prática, pois fica menos picante). Ao alho, se adicionam ervas frescas picadas - aqui salsinha e manjericão. 

Tempera-se essa mistura com sal e recheia-se os tomates com ela. A coisa começa a ficar cheirosa!

Para grelhar, coloca-se azeite o suficiente para lubrificar uma frigideira anti-aderente e dispõem-se os tomates virados com a boca recheada para cima. Trinta minutos de fogo brando e panela fechada, mexendo um pouco são suficientes para deixar a coisa pronta.



Se forem poucos os tomates - usei apenas dois - , é preciso colocar um pouco de água no fundo da panela, aos poucos, para que não queime nem grude. Se forem muitos tomates, eles soltarão líquido o suficiente para dispensar o uso da água.

Servi com arroz integral e uma linguiça defumada (do Jerivá, Cintia!) com um molho barbecue.



Sílvio Barbosa

Miojo metido a besta

Essa aqui não vai ter muito conteúdo geográfico, mas sim prático e famíntico.

Nestes tempos pós-modernos, nunca temos tempo para nada, a vida é corrida e, via de regra, comemos mal. Não sabemos de onde vem nossa comida, como é produzida e, vez ou outra - pra muita gente é sempre -, comemos produtos prontos, como os famigerados macarrões instantâneos que, convenhamos, são um horror e não sabemos exatamente do que são feitos. Isso em nome de uma suposta economia de tempo.

Nesta onda, já havia visto receitas semelhantes em sites, na televisão, mas nunca tinha me atrevido a fazer. Resolvi: usar ingredientes simples e fazer uma refeição gostosa, rápida, e da qual eu sei quais ingredientes a compõe.

Cozinha-se uma massa de sua preferência em água fervente. No caso, usei um punhado de farfale. Não leva mais de 8 ou 10 minutos, a depender da massa escolhida.

Cozida a massa, escorre-se a água e se coloca um tanto bom de manteiga em cima dela. Mistura-se até ela derreter, adiciona-se um pouco de alguma erva ou ervas frescas que lhe apeteçam. Obviamente, ervas frescas dão um sabor melhor, mas, na sua ausência, não ficará ruim se usar ervas secas. Eu usei foi dessas mesmo: tomilho, salsinha, manjericão. Por fim, salpica-se uma quantidade generosa de queijo parmesão ralado, ou outro do seu gosto.

Para acompanhar, parti um tomate adocicado em 4, e coloquei um molho de mostarda e mel.

Cerca de 10 minutos depois, está pronta uma janta quentinha e gostosa.



Sílvio Barbosa

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ê, é Páscoa !


 É Páscoa e minha família é grande. E, mais, fiz promessas de dar chocolates para as almas mais esganadas por causa de minhas andanças. Posso explicar. Em minhas andanças de Geógrafa passeio por alguns lugares e, por onde vou, faço o exercício de conhecer algumas iguarias, especialmente os doces. 

Além de conhecê-los, tiro fotos, documento, aprecio e comento com os mais próximos tudo aquilo que vivenciei em minhas “gordices”. Por isso mesmo, fui intimada por um primo meu a parar de passar vontade nele e fazer um agrado, afinal já tinha o feito sofrer por demais. 

Coisa que não era minha intenção, eu apenas queria compartilhar as gostosuras. Mas, como não quero pecado nenhum em vão em minhas costas, prometi que faria um chocolate ou algo do tipo para alegrá-los na páscoa e, mostrar como vale à pena conhecer para poder repartir o conhecimento, seja com fotos, ou com chocolates de verdade. 

Infelizmente meus chocolates ainda não adquiriram força e consistência para que eu possa oferecer pra alguém, ou mesmo postar por aqui. Aliás, um dia posto, mesmo que seja pra ficar claro que cozinhar é também errar. Muitas coisas dão errado, talvez até a maioria das nossas experiências dê, relativamente, errado. 

Por isso, para a Páscoa, fiz trufas. Ficaram deliciosas. Espero que a família também aprove, afinal foram mais de 50 trufas enroladas para que todos possam experimentar. 

L.E.R ! Fora a “L. E. R.” o resultado foi satisfatório, mas só lá pra sexta feira é que saberei se a “famiage” aprovou. Não será fácil ... Mas, quem sabe ?! Explico a receita, trufa é algo relativamente barato. Por isso a escolha ... família numerosa é assim mesmo. Temos que pensar em tudo. 

Comprei cinco barras de chocolate, da marca Garoto, pois considero um bom chocolate com preço razoável. Derreti todas as barras, somei com três caixinhas de creme de leite, nem foi o super creme de leite fresco, mas também não me arrisquei a colocar um muito “alternativo”. 

Destaco que usei três barras de chocolate com 55% de cacau. Duas barras de chocolate meio amargo e uma de chocolate ao leite. Afinal, crianças também comerão as trufas e não quero apavorá-las. Somado o creme de leite, adicionei um pouco de uva passa amarela triturada juntamente com amêndoas frescas. Após, adicionei um pouco, bem pouco de whiskey.

Para mim o resultado ficou excelente. De lamber os dedos, as colheres, e a refratária em que deixei descansar o chocolate na geladeira por um dia e meio. 



 Após um dia e meio gelando, tirei da geladeira, enrolei e passei em cacau em pó. Posteriormente embrulhei uma a uma em papel alumínio, pois é um bombom delicado e será transportado primeiro para Uberaba – a metrópole zebuína - e depois para o longínquo interior de São Paulo – para a bela Bauru – e, por fim coloquei os bombons agrupados em um guardanapo bonito e amarrei com fita. 

 É isso, espero que gostem e que minha família aproveite !


Cintia Godoi

quarta-feira, 23 de março de 2011

Risotto alla Flavigna

lndo me aventurando muito no mundo dos risottos e preparando, sempre que dá, algum diferente. Este fim de semana foi em Uberlândia.


Larissa e eu saímos de Brasília no sábado bem cedo e nos dirigimos à capital do Triângulo Mineiro pela mal cuidada BR-050. Paramos no 'Sonho Verde', uma ponto de parada bem agradável onde, além de lanches  e refeições, vendem-se conservas, embutidos, biscoitos e doces artesanais. Pensei em comprar ali uma peça de lombo defumado pensando num risotto, mas, infelizmente, o delicioso lombo vendido ali tinha acabado...

Chegando a Uberlândia, almoçamos no delicioso Barollo - uma delícia, a preços justos e usando Ipads como cardápio, coisa que não existe nesta Capital Federal, descansamos, nos banhamos e, pelo meio da noite, juntamos o pessoal, fomos às compras no D'Ville - um luxo de supermercado em pleno Sertão da Farinha Podre e, sob orientação da Flavinha, que sugeriu a receita, compramos os ingredientes, além de umas cervejas para dar aquela animada!

A receita escolhida foi um Risotto de bacon com alho poró!





Eu não conhecia bem o alho poró, fui apresentado a ele naquela noite. Uma delícia! Escolhemos um deles, uma peça  bonita e pouco gordurosa de bacon, arroz arbóreo, um vinho branco, uma boa peça de queijo parmesão; para a saladinha pegamos alface, repolho roxo, cenouras e tomates-cereja.

Olha aí a danada da peça!



O bacon foi picado bem miudinho e já foi indo para a panela com um fiozinho de óleo, apenas para começar a desprender a gordura. Os pedaços mais gordurosos do bacon sequer foram para a panela. Reservamos eles para serem parte do caldo que viria a cozinhar o risotto.





E fomos fritando o bacon até que ele ficasse bem torradinho. Esta foto é da Menine Karine, que foi mexendo a panela. Ela quase não gosta de bacon.








Enquanto o bacon fritava, preparamos o caldo, que é parte fundamental de qualquer risotto. Como os caldos industrializados não são tão gostosos quanto os feitos na hora. Porém, não dispunhamos de tempo para cozinhar um animal com ervas e fazer um caldo lindo. Como destaquei, usamos os pedaços mais gordurosos do bacon - a parte que não seria frita - e colocamos na panela juntamente com as partes não utilizadas do alho-poró, um pedaço de cebola, pimenta calabreza, tomilho, cenoura, uma pitadinha bem pequena de açafrão, alho picado, shoyu para dar uma corzinha, bastante água - calculo que algo em torno de 2 litros - e, por fim, acertar o sabor com um pouco de sal. Esta gororoba foi levada ao fogo até ferver. Fervida, baixou-se o fogo para conservá-la quente, mas sem evaporar todo o líquido.




Depois de frito o bacon, reservamos ele a parte e utilizamos a panela suja e parte da gordura desprendida para refogar uma cebola grande picadinha, um tanto bom de alho até dourar um pouco. Feito isto, adicionamos uma das estrelas do prato da noite: o alho poró, aqui, picado em pequenas rodelas.





Olha o a cara do refogado aí.
 
Quando o refogado estava o ponto, adocionamos o arroz arbóreo cru, algo em torno de 250 gramas e refogamos. Nesta etapa, colocamos algo em torno de 2 copos de vinho branco, o que dá  bastante sabor e alegria ao prato! Deus do céu! o Cheiro incendeia a cozinha!


Assim que o vinho deu uma secada, mexendo o arroz incessantemente, fomos adicionando o caldo. Atenção nesta parte porque deve-se colocar apenas o caldo, sem os pedaços das ervas, bacon e legumes que utilizamos para saborizar.

À medida que o caldo ia sendo absorvido pelo arroz, íamos colocando mais caldo e, assim, até que o arroz estivesse no ponto correto: firme, sem estar duro envolvido por um pouco do creme formado pelo seu amido e pelo caldo, como na foto ao lado.



Após isto, adicionamos o bacon, a vedete do prato, e uma quantidade generosa de queijo parmesão ralado grosso. Não é difícil imaginar que ficou muito bom.



 Para acompanhar, preparamos uma salada crocante com alface crespa picada miudinha - na hora que fomos ao supermercado já não havia muitas opções de folhas verdes bonitas -, cenoura ralada, repolho roxo cortado fino, tomatinhos cereja cortados ao meio, misturados a um tanto bom de batata palha e queijo parmesão ralado. Ela foi acompanhada por um molho picante de amoras, feito com geléia de amora, tabasco, vinho branco e sal.....



E, voilá! Eis o prato do dia.. digo... da noite! Feito a várias mãos: algumas picando, outras mexendo, outras lavando louça, outras comendo bacon, outras mudando de canal a TV!


Obviamente, não dá pra não agradecer a Thaís que nos hospedou, à Karine que cedeu sua cozinha, ao João Paulo que aguentou nossas loucuras, à Flavinha, maior guia desta receita, à Miki e seu humor inabalável, mesmo quando o mundo cai ao seu redor, à Larissa por sua confortável companhia.

Sílvio Barbosa

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Hambúrguer caseiro.

Todos os tipos de conhecimento são importantes. Saber cozinhar sua própria comida te salva muitas vezes nessa vida.

Em Goiânia, há alguns anos atrás foi aberta uma lanchonete chamada Dinner 66. 

Esta lanchonete fez o melhor hambúrguer que eu já comi em minha vida. Era monstro, caseiro, sanduíches gourmet. E, eu pude comer por duas vezes. 

A primeira, quando conheci. E a segunda, quando planejei por toda a semana comer novamente. Foi um dia de mudança de apartamento, fiz faxina, carreguei caixas o dia todo, peguei no pesado pra valer, mas sabia que ao final do dia eu ganharia como recompensa um super hambúrguer.

Infelizmente o Dinner 66 se foi e nunca mais tivemos notícias. 
Após várias tentativas de encontrar algo parecido por aí, resolvi eu mesma fazer um hambúrguer delicioso.

Lembrei-me de um documentário (Let The Good Times Roll) em que Bo Diddley aparece cozinhando em seu camarim. Ele contou uma história de quando estava com fome e foi a um restaurante e pediu um sanduíche de queijo. Mas, o restaurante se recusou a atendê-lo porque ele era negro. Como resposta ele prometeu pra si mesmo que iria aprender a cozinhar pra nunca mais ter que passar por uma humilhação daquelas. 

Esta história de Bo Didley é incrível porque mostra que todo conhecimento é importante, emancipa e deve ser buscado. Os monstros que estão por aí é que perdem com atitudes estúpidas como a vivida por um gênio da música. Idiota do restaurante que perdeu a oportunidade de conviver 10 minutos com uma das pessoas mais brilhantes da história da humanidade.

Penso que esse exemplo serve também para reforçar a importância da culinária, da gastronomia em nossas vidas e, o quanto é importante conhecer um pouco. Não somos aqui grandes conhecedores, mas estamos aprendendo e vivemos melhor com o conhecimento raso que temos. 

Vivo diariamente exemplo disso. Quem sabe cozinhar e come em self service por aí, sabe escolher melhor seu prato. Sabe notar a cara do alimento, se está meio murcho, com a “cara boa ou não”, se o alimento está ressecado e etc. Digo isso, pois convivo com gente que não costuma cozinhar e, sempre se dá mal na hora de montar seu almoço. Depois vive uma tarde “estranha” no trabalho porque comeu algo errado. ehehehhe

Enfim, pra mim o conhecimento culinário deveria estar nas escolas. Todos nós deveríamos aprender a cozinhar na escola, plantar algumas hortaliças, legumes e frutas. Mas, nosso modelo de escola ainda é, em geral, muito ruim e não valoriza conhecimentos diversos. 

Mas, voltando ao causo do hambúrguer, com uma razão muito menos nobre eu também me virei para fazer algo que gostaria de "experienciar".

Tenho boa memória pra certas coisas e me lembro um pouco do cardápio do Dinner, assim fui ao supermercado e pedi 400g de Patinho moído juntamente com 100g de Calabreza. Há várias combinações possíveis. (os mais chiques que contêm picanha, também podemos pedir pra moer um pouco de bacon, enfim defumados que ajudam a dar um sabor diferente) 

Em casa misturei cebolinha, cebola, alho, as carnes moídas juntamente, sal, dois ovos e um pouco de farinha de rosca pra dar o ponto. Mas, me deu uma coceira pra ir mais fundo e tentar acertar um gostinho diferente que já experimentei em carnes moídas de esfihas. Aí me lembrei do ingrediente: CANELA! Meu tio há algum tempo atrás me disse que “vai” canela no preparo de uma esfiha caprichada. 

Juntei tudo, fiz bolas grandes, achatei. Comprei um pão bacana, cortei dois tipos de queijo diferente, um fresco e muçarela, ajeitei a salada e finalizei o bichão.


Nu ! Ficou bom ! E viva a independência !

Cintia Godoi

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Nhoque de mandioquinha com molho jamaicano de espinafre

Com uma coleção de visitantes geógrafos em casa resolvemos fazer esta tradicional receita do país de Bob Marley.

De véspera havia cozinhado uma batata grande e duas mandioquinhas médias. Mandioquinha que também pode ser batata baroa, batata salsa, batata aipo. Um festival de regionalismos! Em cada canto, um nome diferente.

Bem... foram cozidos os dois tubérculos diferentes e adicionei manteiga, sal e um pouco de leite.

Pra isso virar um nhoque, coloquei um ovo, um tanto bom de queijo parmesão ralado, salsinha, pimenta do reino pra que ficasse bem saborosa. Acertei o sal e fiz rolinhos quem cortados e enfarinhados, viraram as unidades de nhoque.

Com ajuda da Júnia, cozinhei a massa em água fervente e salgada, até que estivesse cozida - isto se verifica quando a massa bóia. Cozida, colocamos a massa em água fria, para que interrompesse o processo de cozimento.

Em paralelo foi fazendo o molho. Bati no liquidificador meio maço de espinafre, umas 2 colheres de sopa de farinha de trigo, sal a gosto.

Na panela, refoguei uma colher bem cheia de manteiga com outra bem cheia de alho picado. Nela, adicionei o liquidificado e deixei engrossar.

Nesta etapa, fui adicionar salsinha desidratada.... Mas por um acidente, coloquei um pouco bicarbonato de sódio.... o líquido na panela 'supitou' (alguém que não é do Triâgulo Mineiro sabe de que se trata?. Abortei o processo... Mudei de panela, coloquei mais farinha de trigo pra ajudar no engrossamento do molho. Adicionei outras ervas: tomilho, dill, mais salsinha... Engrossado e o molho cozido,coloquei o nhoque pra pegar um pouco do sabor do molho. Desliguei o fogo e coloquei uma caixinha de creme de leite.

Suspense... levado à mesa, será que presta? Será que dá pra comer?

E não é que ficou bom?

Sílvio Barbosa




segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Risotto alla candanga

Estes dias, durante a visita semanal ao hortifruti, vi uma bandeja com linguiça suína recheada com mussarela e rúcula. Produzida aqui mesmo nos arredores desta Capital Federal - sim, temos um cinturão de produção de hortifrutigranjeiros por aqui também. Resolvi comprar para experimentar.

Essa é a cara da danada:


Preparei-a no forno, escorri a gordura que ela soltava e piquei em pedaços miúdos. Comi acompanhando purê de batatas e salada. Muito boa, ainda que a rúcula e a mussarela sequer apareceram no sabor! Mas a receita não é esta... Mas explica de onde tirei um de seus ingredientes: a linguiça.

Obviamente não conseguiria comer sozinho, em uma única refeição, todo o pacote de linguiças. Depois de picadas, congelei-as já assadas. A sujeirinha que ficou na forma serviu de base para o 'caldo de linguiça': levei ao fogo o tabuleiro 'sujo' e coloquei água e temperos. Caldo devidamente congelado para uso posterior.

Hoje resolvi parte da linguiça para fazer um risotto!

Mas eu não queria um risotto só de linguiça. Peguei um pouco de filé picadinho e refoguei no alho e azeite. Coloquei um pouco de pimenta calabreza, pimenta do reino, salsa e deixei dourar. Depois de dourado, adicionei shoyu e deixei terminar de cozinhar. Retirei boa parte do filé e só deixei um pouquinho para servir de base para o caldo, juntamente com a 'sujeirinha' da panela. Coloquei água e acertei os demais temperos.

Adicionei ao caldo de carne o 'caldo de linguiça' que havia feito antes e mantive aquecido.

A partir daí, parti para o risotto propriamente dito.

Grosso modo, o risotto começa se refogando um tempero em uma gordura, adicionando-se o arroz apropriado - arbório, por exemplo - e adicionando-se vinho e o caldo escolhido para dar sabor pouco a pouco, até que o arroz perca a capacidade de absorver o líquido.

No caso, refoguei um pouco de alho em  manteiga e deixei dourar. Coloquei um punhado generoso de arroz e deixei refogar um pouco. A partir daí, fui acrescentando o caldo misto - porco e vaca - e pouco mais de uma taça de vinho branco até que o arroz estivesse cozido e absorvido quase todo o caldo. Neste momento, adicionei o filé picadinho e a linguiça picadinha - já aquecidos, obviamente.

Agreguei tudo e desliguei o fogo.

Em paralelo, já havia picado uma berinjela pequena e refogado com azeite, sal e alho. Coloquei uma pontinhazinha de água só pra cozinhar mais rápido. Ainda meio al dente, desliguei o fogo. Coloquei em uma travessa com um tomate italiano - mais docinho - picado e acertei o sal, coloquei alho torrado, um pouquinho de vinagre, azeite e salsinha.

Coloquei no prato e comi acompanhado de uma taça de... suco de uva. Poderia ser vinho, mas segunda é pra profissionais!

Voilà!


Sílvio Barbosa

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Chás de verdade.

 
 Sei que é verão, mas sabemos que nossos verões são chuvosos e, por isso mesmo dá pra tomar um chazinho de vez em quando. 

Eu adoro chá. Mas, essa vida de apartamento, cidade grande, não nos permite fazer certas coisas que fazíamos em nossas infâncias, como tomar chá de ervas de verdade.

E, pra piorar o preço dos chás de saquinho nos supermercados é alto e os chás, na minha opinião, são TODOS ruins. 

Podem reparar, olhem lá nos ingredientes: quando é chá comum, tipo chá de erva mate, ainda é até melhor, porque é feito apenas da erva mate. Mas, quando é um chá que em tese deveria ser melhor, diferente, requintado, é pura cammelia sinnensis com aromas, corantes e etc. Ou seja, tá longe de ser algo natural e saudável.

 Comprei uns tempos atrás um chá de erva cidreira que não tinha gosto de quase nada. Foi o fim.

Resolvi retomar uma receita de chá que conheci em Floripa com uma amiga da turma dos “podi crê”. Ela era muito sábia com receitas saudáveis e “riporongas” e me ensinou muito. 

Um dia ela chegou com essa receita que havia aprendido na aula de ioga, mas eu deturpei um pouco a receita em função das minhas necessidades.
É o seguinte, a receita dela era: coloque tudo em uma panela com água – polpa de maracujá, casca também, canela, cravo e esquente até começar a ferver. Está pronto o chá. 

E, a minha foi um pouco diferente, pois tinha que fazer um pouco de chá só pra mim, mas, ao mesmo tempo queria guardá-lo pra depois. Então, fiz o seguinte:
Em uma panela coloquei polpa do maracujá, cravo, canela, casca do maracujá (cortada em pedaços menores), maça cortadinha e laranja cortada, também com casca. Coloquei apenas um pouco de água pra começar a fervura. Deixei derreter as frutas e amolecer as cascas. 

Coloquei tudo num pote, como se fosse uma “compota” e guardei. Tomei chá com gostos reais por vários dias. 



Depois repeti a dose, mas com maçã, limão, canela e gengibre.

A casa fica toda perfumada e, todas as combinações decentes ficam boas, podem tentar!


Cintia Godoi