terça-feira, 31 de maio de 2011

Alho na conserva

Alho é uma delícia, mas é um saco descascar, picar, amassar. Deixa cheiro na mão... TRISTE!

Aprendi, em Uberlândia, a fazer uma conserva. Pode-se usar em qualquer prato, como se fosse o alho in natura, com uma diferença: é menos picante, pode ser comido até cru, mas sem deixar de dar sabor à comida que é preparada com ele.

Pode-se colocar em molhos, saladas, sopas, direto do pote de conserva.

Ao preparo: descasca-se o alho (ou compre descascado, como eu fiz), lava-se e joga-se em água fervente por um ou dois minutos. Retira-se da água fervente e joga-se em água gelada. Após retirar da água gelada, seca-se em pano limpo ou papel toalha seco e dispõe-se em um vidro limpo.

Em paralelo, fervem-se partes iguais de água e vinagre, com uma colher de café sobremesa de sal para cada meio litro de líquido. Fervido, despeja-se o líquido sobre o alho. Dura um bom tempo!



Sílvio Barbosa

Creme de milho com linguiça defumada

Esse nem vai ter muita história.

Meio do ano significa noite fria, ao menos no centro-sul do Brasil. Aqui em Brasília coincide com a época menos úmida, então, à  medida que a noite cai, a temperatura cai junto. Neste tempo, nada melhor que algo quentinho para comer depois do trabalho.

A comida do centro-sul - particularmente Minas, São Paulo, Paraná, Goiás, Matos Grossos - é rica em pratos com milho. Pamonhas, mingaus, bolos, cuscuzes, sopas, broas, pães, bolinhos.... ai que fome!

Quebra do Milho
Pena Branca e Xavantinho


Mês de agosto                                                          
é tempo de queimada
Vou lá prá roça
preparar o aceiro
Faísca pula
quem nem burro brabo
E faz estrada lá na capoeira
A terra é a mãe,
isso não é segredo
O que se planta
esse chão nos dá
Uma promessa
a São Miguel Arcanjo
Prá mandar chuva
pro milho brotar...
Passou setembro,
outubro já chegou
Já vejo o milho
brotando no chão
Tapando a terra
feito manto verde
Prá esperança do meu coração
Mês de dezembro,
vem as boas novas
A roça toda já se embonecou
Uma oração
agradecendo a Deus
E comer o fruto
que já madurou...
Mês de janeiro,
comer milho assado
Mingau e angu
no mês de fevereiro
Na palha verde
enrolar pamonha
E comer cuscuz
durante o ano inteiro
Quando é chegado
o tempo da colheita
Quebra de milho,
grande mutirão
A vida veste sua roupa nova
Prá ir no baile lá no casarão...


Então, num dia frio desses, de posse das lembranças do centro-sul mais roots - Brasília tem tudo isso, mas não é a mesma coisa, resolvi fazer um creme de milho.

Como não tenho espigas de milho frescas do quintal, bati uma lata de milho, sem o caldo, no liquidificador com um pouco de água, mais ou menos 3/4 da lata. Refoguei um pouco de alho no azeite e despejei o milho batido. Temperei com salsinha, sal, pimenta, e deiei apurar. O creme está pronto. Quem quiser, pode colocar um pouquinho de creme de leite.



Em paralelo, grelhei pedaços de linguiça de fumada (que trouxe de Goiás) e coloquei no fundo de uma caneca. Cobri com o creme pronto e, salpiquei com uma mistura de queijo parmesão ralado e ervas secas. Comi e fui dormir feliz.




Sílvio Barbosa

Pomodori alla griglia

Do bom e velho italiano significa: tomate na grelha.

O tomate, procedente da américa, atravessou o atlântico com as grandes navegações e fez, na Itália, uma revolução. Pratos mil preparado com esse fruto vermelho e adocicado: molhos, saladas, conservas.

O de hoje é simples, não sei como classificar. Mas fica bem gostoso:

Partem-se tomates italianos - mais adocicados e saborosos (e caros!) em 2 metades. Partidos, retiram-se as sementes. É preciso os temperar com um pouco de sal e deixá-los repousando por alguns minutos, com a parte aberta para baixo, deixando escorrer os líquidos que se formam.

Enquanto os pomodori repousam, pica-se alho - sim, aqui tem que picar e não vale usar alho já picado, pois não ficaria bom! Mas pode-se usar alguma conserva CASEIRA de alho (foi o que eu usei, na prática, pois fica menos picante). Ao alho, se adicionam ervas frescas picadas - aqui salsinha e manjericão. 

Tempera-se essa mistura com sal e recheia-se os tomates com ela. A coisa começa a ficar cheirosa!

Para grelhar, coloca-se azeite o suficiente para lubrificar uma frigideira anti-aderente e dispõem-se os tomates virados com a boca recheada para cima. Trinta minutos de fogo brando e panela fechada, mexendo um pouco são suficientes para deixar a coisa pronta.



Se forem poucos os tomates - usei apenas dois - , é preciso colocar um pouco de água no fundo da panela, aos poucos, para que não queime nem grude. Se forem muitos tomates, eles soltarão líquido o suficiente para dispensar o uso da água.

Servi com arroz integral e uma linguiça defumada (do Jerivá, Cintia!) com um molho barbecue.



Sílvio Barbosa

Miojo metido a besta

Essa aqui não vai ter muito conteúdo geográfico, mas sim prático e famíntico.

Nestes tempos pós-modernos, nunca temos tempo para nada, a vida é corrida e, via de regra, comemos mal. Não sabemos de onde vem nossa comida, como é produzida e, vez ou outra - pra muita gente é sempre -, comemos produtos prontos, como os famigerados macarrões instantâneos que, convenhamos, são um horror e não sabemos exatamente do que são feitos. Isso em nome de uma suposta economia de tempo.

Nesta onda, já havia visto receitas semelhantes em sites, na televisão, mas nunca tinha me atrevido a fazer. Resolvi: usar ingredientes simples e fazer uma refeição gostosa, rápida, e da qual eu sei quais ingredientes a compõe.

Cozinha-se uma massa de sua preferência em água fervente. No caso, usei um punhado de farfale. Não leva mais de 8 ou 10 minutos, a depender da massa escolhida.

Cozida a massa, escorre-se a água e se coloca um tanto bom de manteiga em cima dela. Mistura-se até ela derreter, adiciona-se um pouco de alguma erva ou ervas frescas que lhe apeteçam. Obviamente, ervas frescas dão um sabor melhor, mas, na sua ausência, não ficará ruim se usar ervas secas. Eu usei foi dessas mesmo: tomilho, salsinha, manjericão. Por fim, salpica-se uma quantidade generosa de queijo parmesão ralado, ou outro do seu gosto.

Para acompanhar, parti um tomate adocicado em 4, e coloquei um molho de mostarda e mel.

Cerca de 10 minutos depois, está pronta uma janta quentinha e gostosa.



Sílvio Barbosa